9 de junho de 2017

Ato denuncia crimes de Parente e cobra sua saída da Petrobrás


Em uma manifestação que reuniu cerca de mil trabalhadores e estudantes nesta quinta-feira, 08, no Centro do Rio de Janeiro, petroleiros e diversos movimentos sociais exigiram a saída imediata de Pedro Parente da presidência da Petrobrás. O ato começou por volta das 07 horas, em frente à sede da empresa, na Avenida Chile, onde lideranças sindicais e sociais denunciaram as medidas privatistas da atual gestão, que além de vender a toque de caixa ativos estratégicos da estatal, cortou investimentos fundamentais para o país, transferiu contratações de equipamentos e serviços para o exterior e está reduzindo drasticamente os efetivos da companhia, aumentando os riscos de acidentes.



Por volta das 10h15, os manifestantes caminharam em passeata até a Procuradoria da República, na Avenida Nilo Peçanha, onde a FUP e os movimentos sociais protocolaram uma representação de impedimento de Pedro Parente, exigindo sua saída da presidência da Petrobrás. Além de denunciar as medidas de sua gestão contra os interesses da nação, o documento ressalta a ilegitimidade do governo que o indicou e a existência de conflito de interesses, já que Parente é sócio fundador da Prada Consultoria. Esse grupo de gestão financeira e empresarial é presidido por sua esposa e especializado em maximizar os lucros dos milionários brasileiros, entre eles os detentores das 20 maiores fortunas do país. “Terão as 20 famílias-clientes do Representado renunciado publicamente a qualquer operação financeira relacionada, ainda que indiretamente, à Petrobrás?”, questiona a FUP em um dos trechos da representação.

Acesse aqui a íntegra da denúncia contra Parente



Privatização e desemprego

O ato contra a privatização da Petrobrás contou com a participação de petroleiros e movimentos sociais de vários estados do país. Muitos chegaram ao Rio de madrugada, vindos em caravanas do Norte Fluminense, de Minas Gerais, São Paulo e do Espírito Santo. Estavam presentes entidades atuantes nas lutas em defesa da soberania energética, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude, União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), além da CUT, CTB e diversas outras organizações sindicais.



Várias lideranças ressaltaram os efeitos danosos das privatizações e desinvestimentos da Petrobrás, que vem paralisando projetos em diversas áreas e reduzindo postos de trabalho em massa. “No estaleiro Mauá, em Niterói, tem quatro navios da Transpetro parados por uma decisão unilateral da Petrobrás de querer fazer tudo fora”, declarou Edson Rocha, da Confederação Nacional dos Metalurgicos (CNM), informando que outras oito embarcações que seriam construídas tiveram seus contratos encerrados por Pedro Parente, que transferiu para o exterior várias das encomendas feitas aos estaleiros nacionais.
“Obras estão parando no Brasil inteiro. A indústria naval está sendo paralisada”, lamentou o metalúrgico. Mais de 50% dos empregos diretos gerados pelos estaleiros nacionais já foram perdidos em função dos desinvestimentos da Petrobrás. O setor empregava cerca de 80 mil trabalhadores e hoje conta com menos de 30 mil.



“O que está sendo plantado e semeado por esse governo golpista é um dos maiores retrocessos da nossa história e quem mais perde são os trabalhadores. Todas as reformas são nesse sentido, assim como o desmonte da Petrobrás e a entrega do pré-sal. Por isso, a solidariedade de classe entre os trabalhadores do campo e da cidade é fundamental para barrar o golpe”, declarou Alexania Rossato, do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), citando a importância da Plataforma Operária e Camponesa de Energia na resistência contra a entrega do petróleo e a privatização da Petrobrás.



Petróleo também é pauta da juventude

Os estudantes e a juventude organizada também reforçaram o ato contra a privatização da Petrobrás, com palavras de ordem e refrões pedindo a saída de Temer e de Pedro Parente. “Não tem como a juventude ficar fora desta luta, pois somos o futuro do país”, afirmou Igor Barcelos, do Levante Popular da Juventude. “Nos estudantes sempre estivemos junto com os petroleiros na resistência contra a entrega da Petrobrás porque acreditamos que o petróleo tem que ser para o povo brasileiro. Por isso lutamos e conquistamos os royalties para a educação e a saúde. Essa geração não dará um passo atrás até que recuperemos de volta o nosso país e a Petrobrás. E o caminho para isso é a Diretas Já”, declarou Bárbara Melo, da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Mais de cem estudantes da Escola Nacional Florestan Fernandes, também participaram do ato, a maioria deles jovens de 40 nações, que nos últimos dias se dedicaram a estudar temas relacionados ao pré-sal e à Petrobras para entender a importância destas riquezas para a soberania e o desenvolvimento do Brasil. A escola é um dos principais projetos de formação política e educacional do MST, mantida com o apoio dos movimentos sociais.

“Petrobrás sempre foi alvo dos golpes contra a democracia”

O coordenador da FUP, José Maria Rangel, lembrou que a Petrobrás foi alvo de todos os golpes dados no país, sempre tendo por trás os interesses internacionais que movem a indústria de petróleo. “É essa mania que a direita tem de achar que nós temos sempre que lamber as botas do imperialismo. Nós levamos anos para nos libertamos disso e agora depois do golpe, os senhores Pedro Parente e Michel Temer querem que o povo brasileiro volte a lamber as botas do imperialismo”, declarou.



“O processo que está em curso na Petrobrás é o desmonte do Estado brasileiro. Essa empresa foi criada para fomentar o desenvolvimento do nosso país e isso vigorava até o primeiro mandato da presidenta Dilma. O caráter estratégico da Petrobrás foi alterado e agora a empresa é gerida para dar rentabilidade ao acionista privado. Por isso que acontece o desmonte, por isso a redução de efetivo, por isso a entrega do patrimônio público”, afirmou Zé Maria. “O pré-sal só foi descoberto porque a gestão da Petrobrás no governo Lula tratou a empresa como estratégica para o Estado brasileiro e o desenvolvimento nacional. É essa Petrobrás que queremos de volta”, declarou.

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FUP

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